Os primeiros resultados do novo programa-piloto da Comissão Europeia do Horizonte Europa Women TechEU já são conhecidos. O programa procura promover o empreendedorismo feminino de base tecnológica e financiar 50 startups tecnológicas que sejam lideradas por mulheres. E no lote há duas empresas portuguesas: a Metatissue Biosolutions e a Something in Hands: Investigação Científica, pertencentes à área de saúde, que foram escolhidas para o programa Ecossistemas Europeus de Inovação. Em Portugal, os projetos têm o acompanhamento da Agência Nacional de Inovação, através da rede PERIN.

Cada projeto vai receber 75 euros de investimento, que servirá para apoiar os primeiros passos no processo de inovação e respetivo crescimento da empresa. Será também oferecida orientação e coaching ao abrigo do Programa Women Leadership e oportunidades de networking a nível da União Europeia. Os projetos começam na primavera e terão uma duração entre seis a 12 meses.

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Portugal submeteu 11 projetos candidatos ao programa, sendo duas aprovados. O Metatissue Biosolutions foca-se no design e produção de plataformas tridimensionais para a cultura de células, engenharia de tecidos e modelos de doenças para diagnóstico in vitro, com a utilização de materiais de origem humano que fornecem microambientes realistas para as células. O projeto é liderado pela cofundadora da startup Catarina Custódio fazendo parte da incubadora da Universidade de Aveiro.

A outra startup escolhida é a Something in Hands – Investigação Científica, que desenvolve novos medicamentos para a terapia dirigida de cancros metastáticos. A empresa tem estudos pré-clínicos em curso com vista à obtenção final da prova de conceito para o cancro da mama triplo negativo. A startup é um spin-off da Faculdade de ciências da Universidade de Lisboa, gerido pelas fundadoras Helena Garcia e Andreia Valente.

Os 50 projetos escolhidos têm origem em 15 países diferentes, 40 delas sediadas em Estados-Membros da União Europeia. Entre os projetos eleitos para o financiamento, encontram-se desde o diagnóstico precoce e tratamento do cancro, à redução do impacto negativo das emissões de metano. Os projetos visam ainda o desenvolvimento sustentável, o combate às alterações climatéricas, a redução de desperdícios alimentares, com o alargamento do acesso à educação e a promoção da capacitação das mulheres.

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A Comissão Europeia já confirmou uma nova edição em 2022, justificado pelo número elevado de participações no programa Women TechEU. O orçamento foi revisto e aumentado para 10 milhões de euros para financiar mais 130 empresas.

“Haver duas empresas portuguesas lideradas por mulheres entre os 50 projetos aprovados pela Comissão Europeia é um motivo de orgulho e que vem impulsionar o empreendedorismo feminino nacional”, afirmou Joana Mendonça, presidente da Agência Nacional de Inovação.