A Comissão Europeia está a conduzir uma investigação preliminar às práticas de recolha de dados da Google. Um documento oficial indica que o foco está na pesquisa local, anúncios e segmentação, browsers, serviços de log-in e “outros”, escreve a Agência Reuters.

A gigante tecnológica tem estado na mira da direção de concorrência da Comissão Europeia, e apesar da comissária Margreth Vestager ter afirmado no Web Summit que a sua intenção não é "partir" as empresas de tecnologia, também garantiu que primeiro estão os cidadãos e que não dará descanso a companhias com práticas ilegais.

Chamada a comentar investigações passadas, a Google reforçou sempre que fez questão de desenvolver formas de os utilizadores conseguirem gerir e apagar os dados recolhidos pelos serviços da empresa. 

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Note que uma investigação não leva necessariamente à abertura de um caso legal, embora exista já um extenso histórico de coimas que unem UE e Google.

A tecnológica foi já condenada a pagar cerca de 8 mil milhões de euros em multas à união na sequência de casos relacionados com contratos publicitários e concorrência desleal. A última multa foi aplicada em março deste ano e foi de "apenas" 1,49 mil milhões de euros, mas a maior de todas está relacionada com as práticas anti-concorrenciais no Android.

A Comissão terá enviado uma série de pedidos de informação a empresas, inquirindo-as sobre práticas de gestão de dados, e pedindo resposta no espaço de um mês, um procedimento habitual no início de uma investigação. 

À semelhança do que já aconteceu antes, não seria surpreendente se fossem encontradas práticas ilegais, dado que a entrada em vigor das novas políticas de proteção de dados (RGPD) obrigaram as tecnológicas a mudanças estruturais nos sistemas de proteção da informação.