Entre janeiro e dezembro deste ano os gastos com TI vão crescer 0,6%, de acordo com as previsões da Gartner. No início do ano, a consultora acreditava que o crescimento seria de 1,1%.

A justificar o ajuste da previsão estão vários fatores, com destaque para a instabilidade provocada pelas guerras comerciais entre os Estados Unidos e países como a China, o Brexit e os rumores de recessão.

No entanto, a Gartner não prevê que estas condicionantes impeçam as regiões diretamente envolvidas de verem a despesa com TI aumentar este ano. A previsão para Estado Unidos e China, por exemplo, fica acima da estimativa global sendo, respetivamente, de 3,7% e 2,8%.

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Por áreas, o software empresarial é o segmento a registar maior crescimento da despesa este ano, cerca de 9% para 419 mil milhões de dólares, graças à transição de ambientes on premise para modelos cloud.

As maiores quedas vão para as áreas de dispositivos e data centers, que recuam 4,3% e 3,5%. Esta última também explicada pela ascensão da cloud, que depois de uma primeira fase de investimento, mais focado em aplicações e outsourcing de processos de negócio, está a afirmar-se noutros domínios, como sejam o das soluções de produtividade, serviços de conteúdos e de colaboração.

Embora considerando que “uma desaceleração da economia mundial não é o cenário mais provável para 2019 ou 2020, o risco é elevado o suficiente para aconselhar preparação e planeamento”, sublinha John-David Lovelock.

O vice-presidente da Gartner para a área de pesquisa, deixa por isso um aviso às empresas, que na perspetiva da consultora “devem começar a pensar em combinações de produtos e modelos operacionais que otimizem as suas operações num cenário de desaceleração económica”, destaca numa nota de imprensa.