Com a tomada de posse do novo governo de Joe Biden marcada para o dia 20 de janeiro de 2021, o futuro de muitas das medidas tomadas pela Administração Trump permanece incerto. No entanto, o presidente cessante poderá colocar a Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC), a maior fabricante chinesa de semicondutores, na lista de empresas com ligações ao exército chinês.

De acordo com documentos do Departamento de Defesa dos Estados Unidos a que a Reuters teve acesso, a China National Offshore Oil Corp., a China Construction Technology Co. Ltd. e a China International Engineering Consulting Corp. também serão adicionadas, fazendo com que o número de empresas que constam da lista suba para 35.

A notícia surge após Donald Trump ter assinado no início de novembro uma nova ordem executiva que entrará em vigor a 11 de janeiro de 2021 e que impede investidores norte-americanos de investirem nas empresas que fazem parte da lista do Departamento da Defesa.

Em declarações à Reuters, a SMIC indicou que pretende continuar a “interagir de forma aberta e construtiva com o governo dos Estados Unidos”, sublinhando que não tem quaisquer relações com o exército chinês e que os seus produtos e serviços não têm fins militares.

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Recorde-se que em setembro a SMIC foi colocada na “lista negra” do governo dos Estados Unidos após o Departamento de Defesa ter concluído que os equipamentos desenvolvidos pela empresa podem ser usados para fins militares por parte do governo chinês, constituindo-se assim como um risco à segurança nacional.

A decisão surgiu após denúncias da SOS International, uma empresa ligada ao sector da defesa no estado da Virgínia. A organização a acusou a fabricante de semicondutores de ter ligações a um dos maiores conglomerados de defesa do governo chinês, indicando que universidades ligadas ao exército do país usam a sua tecnologia para levar a cabo vários projetos de investigação.