Nem todos os bots são maus, mas todos eles precisam de ser identificados no Twitter. Esta é uma das novas regras que resultam da atualização da política de developers da rede social para as contas que utilizam as ferramentas de publicação automática. No geral, o objetivo passa por uma “compreensão mais fácil de como se pode ser bem-sucedido ao construir com o Twitter” e, desta forma, garantir a segurança dos utilizadores.

O anúncio foi feito por parte do head da política de API, Donald Hamblock, que reconhece que as regras anteriores, e como estavam escritas, tornavam a compreensão das medidas difíceis. Por isso, desde esta terça-feira que o Twitter decidiu lançar uma lista de quatro secções, em vez das antigas oito, mais simples e práticas.

Ambicionando dar mais poder aos developers que trabalham com o Twitter, e sobretudo numa altura em que a rede social está a trabalhar na próxima geração da API do Twitter, uma das novas regras obriga os developers a "identificarem claramente" se uma conta é um bot e quem está associado a essa conta. "Assim é mais fácil para que todos saibam quem é um bot no Twitter e quem não é", escreve Donald Hamblock na publicação.

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Os bots têm sido um assunto sensível na rede social. Ainda em 2017, por exemplo, o Twitter descobriu bots russos com atividade suspeita nas presidenciais americanas e, na altura, Colin Crowell, vice-presidente para as políticas públicas do Twitter, acreditou que isto seria "apenas a ponta do iceberg".

Para além desta novidade, a política atualizada do Twitter permite, por exemplo, que a API da rede social seja utilizada para estudar investigações académicas na plataforma, sobretudo aquelas relativas ao spam e a certo tipo de abusos. Isto desde que não seja utilizada para fins comerciais. Ainda no âmbito do ensino universitário, a plataforma garante agora que os investigadores passam a poder partilhar um número ilimitado de ID de tweet ou de utilizadores, caso o façam também em nome da instituição de estudo e sem qualquer tipo de propósito a nível comercial.

A rede social atualizou ainda a linguagem do Twitter Developer Agreement, com o objetivo de ficar alinhada com a nova política para os programadores. A decisão surge depois de em 2018 o Twitter ter introduzido um processo de revisão sobre as regras para os developers para melhorar a segurança da plataforma.

Desde então, a empresa reviu mais de um milhão de aplicações de programadores para o acesso à API, das quais foram aprovadas 75%. No que diz respeito aos últimos seis meses, a rede social garante, na mesma publicação, ter suspendido cerca de 144.000 apps, de forma a melhorar a "saúde" da plataforma e a eliminar pessoas mal intencionadas. Para além disso, redesenhou a aplicação para os developers.