A empresa-mãe do Facebook e do Instagram, a Meta, anunciou que vai deixar de permitir que os anunciantes segmentem anúncios com base em critérios como a raça, etnia, crenças políticas ou religiosas, questões de saúde ou orientação sexual, entre outras.

Graham Mudd, vice-presidente da Meta para a área de marketing explicou que a empresa ouviu “as preocupações dos especialistas sobre o facto destas opções de segmentação poderem ser usadas de formas que conduzem a experiências negativas nas pessoas que integram grupos menos representados”.

No Twitter, o responsável deu mais alguns detalhes sobre a decisão e lamentou o impacto que a empresa sabe que vai ter em alguns negócios, que usam estes critérios para melhorar a experiência dos utilizadores e gerar um impacto positivo, mas considerando ainda assim que a decisão de limitar estas opções é a correta.

Note-se que isto não significa que os anúncios associados ao Facebook, Instagram ou Messenger, as três plataformas que a partir de 19 de janeiro de 2022 vão integrar as novas regras, vão deixar de ser direcionados por perfil de utilizador.

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O que ficará vedado aos anunciantes é a possibilidade de fazerem essa segmentação de forma a associar os utilizadores a determinados grupos, em função das suas preferências políticas, sexuais ou outras, manifestadas em interações online.

Informação como a idade, género ou localização continuará a ser tida em conta para definir o tipo de anúncio que cada utilizador vê. Já informação relacionada com tópicos percecionados como sensíveis deixa de estar disponível e todas as ações online que manifestam interesse em temas relacionados com esses tópicos deixará de ser considerada para efeitos de segmentação de anúncios.

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A informação recolhida dos utilizadores e das suas preferências online, para efeitos comerciais, têm envolvido a rede social de Mark Zuckerberg em algumas controvérsias ao longo dos últimos. O mais mediático foi o que culminou no escândalo da Cambridge Analytics. Desde então, a empresa tem vindo a implementar medidas para equilibrar a balança entre as ferramentas que os anunciantes precisam de ter para conseguirem chegar aos potenciais clientes e os direitos dos consumidores, uma preocupação que volta a referir na nota deste anúncio.

Ainda assim, a mais recente decisão nesta matéria está já a ser encarada como uma forma de antecipar possíveis novas regras na Europa contra a segmentação de anúncios online. No final de outubro surgiram rumores de que há intenção de avançar com novas propostas legislativas na região, nesse sentido.

Como sublinha o The Verge, a plataforma para anunciantes da Meta não permite uma abordagem regional para as ferramentas de segmentação de anúncios e por isso o caminho é desligar opções a nível global.

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