Esta quinta-feira o jornal I não foi para as bancas, consequência do ataque informático que o grupo que detém esta publicação e o semanário Nascer do Sol foram alvo na quarta-feira, dia 29 de junho.

Numa nota divulgada ontem ao final da tarde, explicava-se nos sites de ambas as publicações que "os servidores da Newsplex, detentora do semanário Nascer do Sol e do jornal i, foram hoje alvo de um ataque informático que bloqueou todo o sistema de produção e gestão de conteúdos nas várias plataformas".

Na mesma nota, referia-se que as versões online das publicações iam manter-se "consultáveis", mas explicando que “a sua atualização passou a ser intermitente a partir das 13h19” do mesmo dia.

Quando a nota foi emitida, ao final da tarde, referia-se já que, embora as equipas de informática continuassem a “trabalhar na recuperação dos sistemas", a edição desta quinta-feira do i podia não sair, o que acabou por se confirmar.

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Desde o início do ano várias empresas portuguesas foram alvo de ataques informáticos de consequências extensas, como aqueles que visaram a Vodafone e o grupo Impresa, dono da SIC e do Expresso.

Na sequência deste ataque, os sites do grupo Imprensa ficaram três dias fora do ar e a empresa foi obrigada a percorrer um longo caminho até ter condições para ultrapassar os danos provocados. Além do ataque ter afetado os sites da SIC, Expresso, Blitz, Olhares, ADVNCE e da plataforma OPTO, que ficaram offline, estendeu-se também aos sistemas de operação dos canais de TV e dos jornais e revistas. Para além disso, expôs dados pessoais de identificação e contacto de alguns clientes daqueles meios.

A Vodafone também viu todos os seus serviços fortemente afetados pelo ataque de que foi alvo no início do ano. Durante quase uma semana a empresa conseguiu ir repondo progressivamente estes serviços, garantindo, na altura, que só nas primeiras 24 horas, o trabalho de recuperação foi o “equivalente a uma década de inovação tecnológica, passando de 2G/3G para 4G/5G".

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Mas o ano tem sido recheado de casos e na área dos media a lista também  já é maior, entre tentativas e ataques consumados. A Cofina foi também alvo de uma tentativa de ataque já em 2022, bem como a TIN, dona da Visão. Mais recentemente foi a vez da Lusa.

A agência foi alvo de um ataque DDoS (Distributed Denial of Service), que começou por provocar instabilidade na plataforma e intermitências no acesso ao serviço, no dia 12 de maio, que foram aumentando nos dois dias seguintes. Este tipo de ataques serve precisamente para sobrecarregar os servidores da entidade atacada, até deixarem de conseguir responder aos pedidos de acesso. A situação ficou normalizada três dias depois de ter sido identificada.

Noutros sectores foram já também notícia este ano, os ataques aos laboratórios Germano de Sousa, Hospital Garcia de Orta, Sonae, dona do Continente ou Eletricidade dos Açores, entre outros.