As conclusões fazem parte do estudo Social credits and Security: embracing the world of ratings da Kaspersky  que avaliou a perceção das pessoas sobre sistemas de hierarquização, conhecido como “crédito social”. Segundo os dados, 51% dos utilizadores a nível global estão dispostos a partilhar os seus dados pessoais e concordam que o Governo supervisione a sua atividade nas redes sociais por razões de segurança, um número que em Portugal é mais baixo.

Os sistemas de pontuação sociais, ou ratings sociais, estão a ser cada vez mais usados, recorrendo a algoritmos automatizados baseados no comportamento dos utilizadores e na sua influência na Internet para avaliar quem tem acesso a certos serviços. A tecnologia começou por ser aplicada em comércio eletrónico e instituições financeiras, mas a Kaspersky  lembra que com o surto de COVID-19, também assistimos à implementação de sistemas automatizados para controlar o movimento das pessoas, a sua capacidade para comprar bens e aceder a serviços sociais.

Na China está já em desenvolvimento um sistema de “crédito social”, construído a partir dos dados pessoais que os cidadãos disponibilizam às aplicações móveis e que poderá determinar o acesso ao emprego ou aos melhores lugares de um comboio. O que parece ainda um cenário de um episódio da série Black Mirros, que na terceira temporada conta a história de Lacie, uma rapariga cujo objetivo de vida é alcançar a pontuação de 4.5, o “número mágico” que lhe permitirá aceder a um conjunto de regalias para comprar um apartamento de luxo, é cada vez maos próximo da realidade, por isso a empresa de segurança fez um inquérito para perceber se os utilizadores reconhecem estas medidas e se estão preparados para estas situações.

Nas respostas em Portugal, apenas 19% dos portugueses que participaram nesta investigação tinham ouvido falar em sistemas de qualificação social, uma percentagem bastante inferior à média mundial de 46%. Por outro lado, embora os ratings sociais já estejam a ser utilizados e sejam cada vez mais conhecidos, não existe ainda consenso acerca do seu funcionamento e eficácia.

Mais de um terço dos consumidores portugueses (36%) reconheceu ter problemas em compreender como funciona um sistema de pontuação social.

Os utilizadores desconhecem, por exemplo, como é calculada uma pontuação e como pode ser consultada, além de como será corrigida caso se verifiquem imprecisões. Além disso, uma vez que estes sistemas são baseados em aprendizagem automática (machine learning), torna-se mais difícil saber que escolhas fazem e se são confiáveis, especialmente ao nível da segurança.

Mesmo assim, o estudo da Kaspersky demonstra ainda que mais de metade dos inquiridos portugueses partilharia informação privada sensível para aceder a oportunidades de emprego (52%), melhores tarifários e descontos (36%) ou serviços especiais (35%). Os utilizadores portugueses mostraram-se também disponíveis para revelar dados dos perfis das suas redes sociais para vários aspectos da vida quotidiana.

O inquérito da Kaspersky também concluiu que as questões de segurança são importantes para os consumidores. Três em cada 10 portugueses (31%) concordaria que o Governo monitorizasse a sua atividade nas redes sociais se isso contribuísse para manter os cidadãos mais seguros.

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