A plataforma digital para a venda de jogos Steam não é propriamente estranha aos utilizadores chineses, mas até aqui apenas conseguiam ter acesso à versão internacional da mesma. A Valve lançou oficialmente a loja online na China, significando total suporte local, localização do idioma, e claro, produtos que reflitam os gostos e o mercado chinês. O lançamento do Steam na China era para acontecer em 2018, mas o processo burocrático fez atrasar o processo.

Para já estão disponíveis 40 jogos na loja, estando mais 10 marcados como “para breve”. Na lista de videojogos encontram-se os inevitáveis Counter-Strike: Global Offensive e Dota 2, que são da Valve, como estreias na plataforma chinesa.

Como seria de esperar, para operar na China a Valve teve de arranjar um parceiro chinês, tendo sido escolhida a Perfect World, parceiros há vários anos. A beta pública do Steam, que começa hoje, requer que os jogadores chineses façam a autenticação esta versão para acederem aos jogos, mas todos os dados das suas contas internacionais são transferidos para a localizada.

Desta forma, e segundo o analista especialista em tecnologia do mercado asiático, Daniel Ahmad da Niko Partners, o Steam passa a operar na China com uma aplicação separada da internacional, destinada ao mercado chinês. Salienta ainda que as contas dos utilizadores funcionam em ambas as versões do Steam, assim como os jogos (salvo algumas exceções).

Para já, as duas plataformas estão disponíveis, sendo interoperacionais entre si, mas não se sabe se a compatibilidade irá permanecer ou se apenas durante esta fase de migração. O mais provável será o encerramento, visto que todos os jogos têm de ser autorizados pelo governo, caso contrário passam a ser ilegais.

De lembrar que o Steam sempre operou numa zona cinzenta na China e os reguladores chineses têm vindo a perseguir os marketplaces, obrigando as empresas a obter um licenciamento para cada jogo para poder ser vendido no mercado.

A Apple tem feito várias "limpezas" de aplicações na App Store na China e no dia 31 de dezembro, a gigante tecnológica removeu 39.000 jogos no país, o maior número num único dia, com o total de aplicações eliminadas a chegar aos 46.000, incluindo títulos como Assassin’s Creed e NBA 2K. A gigante de Cupertino teve de criar uma nova versão da sua própria loja para o mercado chinês, disponibilizando apenas os jogos licenciados.

Segundo a PC Gamer, quem parece estar com receio destas novas medidas são os developers independentes chineses. A versão internacional do Steam permitia-lhes lançar os seus jogos diretamente para uma audiência global, ultrapassando as limitações dos reguladores chineses. Da mesma forma que os jogadores deixam de aceder ao vasto catálogo não autorizado pela censura. No entanto, para já, as duas plataformas vão continuar a existir em paralelo e em compatibilidade.