A SpaceX, de Elon Musk, planeia lançar na noite desta quarta-feira os primeiros 60 de quase 12 mil satélites no âmbito do projeto Starlink, que tem com o objetivo cobrir a Terra com sinal de internet de alta velocidade. O lançamento do Falcon 9, que transporta no seu interior os satélites, está previsto para hoje a partir do Cabo Canaveral, na Flórida, entre as 22h30 e a meia noite locais (menos cinco horas do que em Portugal Continental).

O Starlink, permitiria transmitir dados da Internet a uma velocidade cerca de 50% superior à que é fisicamente possível com os atuais cabos de fibra ótica. O projeto, cuja conclusão está prevista para 2027, será composto por aproximadamente 12.000 satélites - seis vezes o número de todas as naves espaciais operacionais agora em órbita. O objetivo é cobrir a Terra com acesso a Internet de alta velocidade, baixa latência e economicamente acessível.

No entanto, não se prevê uma tarefa fácil, como o próprio Elon Musk, fundador e CEO da SpaceX, admitiu num tweet publicado no passado sábado, afirmando que “muita coisa provavelmente irá correr mal na primeira missão”.

O Starlink também foi concebido para levar internet barata e de alta velocidade a áreas remotas, aviões, navios e carros, além de possibilitar vídeo conferência internacional e jogos on-line praticamente sem atrasos. Em fevereiro, a SpaceX lançou os seus dois primeiros protótipos Starlink, a que chamou Tintin-A e Tintin-B. O teste ajudou a demonstrar o conceito básico e a refinar o design do satélite.

Além de levar a internet a zonas remotas e rurais, a implantação do Starlink traria enormes benefícios ao sector financeiro. Apesar do custo estimado para a conclusão do projeto ser de 10 mil milhões de dólares, Gwynne Shotwell, presidente e COO da SpaceX revelou recentemente que as receitas do Starlink poderão ascender aos 30 mil milhões de dólares por ano. Para além da própria SpaceX, outras empresas poderão ter muito a ganhar com o projeto, já que o Starlink poderia transmitir informações sobre mercados distantes de forma significativamente mais rápida do que as tecnologias modernas atualmente permitem.