Seis décadas após a ideia ter sido apresentada, a Parker Solar Probe tornou-se na primeira espaçonave a "tocar” o Sol. A sonda voou através da atmosfera superior do astro-rei, ou coroa, e recolheu amostras de partículas e dos campos magnéticos com êxito.

O novo marco “representa um grande passo para a Parker Solar Probe e um salto gigante para a ciência solar”, escreve a NASA.  Assim como a chegada à Lua permitiu entender como foi formada, tocar a própria matéria de que o Sol é feito ajudará os cientistas a descobrirem informações críticas sobre nossa estrela mais próxima e sua influência no sistema solar, acredita a agência espacial norte-americana.

"A Parker Solar Probe ‘tocar o Sol’ é um momento colossal para a ciência solar e um feito verdadeiramente notável", disse Thomas Zurbuchen, administrador associado do Diretório de Missões Científicas da NASA.

"Este marco fornece-nos não apenas perceções mais profundas sobre a evolução do nosso Sol e do seu impacto no nosso sistema solar, mas tudo o que aprendemos sobre a nossa própria estrela também nos ensina mais sobre as estrelas no resto do universo”.

À medida que circula mais perto da superfície solar, a sonda tem feito descobertas impossíveis de detetar para outras espaçonaves, nomeadamente acerca do interior do vento solar - o fluxo de partículas do Sol que podem influenciar a Terra.

Em 2019, descobriu que estruturas magnéticas em ziguezague no vento solar, denominadas, em inglês, switchbacks, são abundantes próximo do astro-rei, mas faltava perceber como e onde se formam. Reduzindo pela metade a distância ao Sol desde então, a espaçonave já esteve perto o suficiente para identificar o local onde se originaram: a superfície solar.

A primeira passagem pela coroa - e a promessa de sobrevoos vindouros - continuará a fornecer dados sobre fenómenos impossíveis de estudar à distância. “Ao voar tão perto do Sol, a Parker Solar Probe agora pode detetar condições na camada magneticamente dominada da atmosfera solar - a coroa - antes impossíveis de apurar”, disse Nour Raouafi, um dos cientistas que integram o projeto.

“Vemos as evidências de estar na coroa nos dados do campo magnético, nos dados do vento solar e visualmente nas imagens. Na verdade, podemos até ver a espaçonave a voar através de estruturas coronais que podem ser observadas durante um eclipse solar total”.

Durante o sobrevoo, a espaçonave entrou e saiu da coroa várias vezes, provando que a superfície crítica de Alfvén não tem o formato de uma bola lisa, como alguns defendiam. Em vez disso, tem picos e vales que enrugam a superfície. Descobrir onde essas saliências se alinham com a atividade solar proveniente da superfície pode ajudar os cientistas a perceberem como os eventos no Sol afetam a atmosfera e o vento solar, refere a NASA.

A primeira passagem pela coroa, que durou apenas algumas horas, é uma das muitas previstas durante a missão , que vai continuar a ter a Parker Solar Probe a “espiralar” mais perto do Sol. Os futuros sobrevoos - o mais próximo deles já em janeiro de 2022 - terão muito provavelmente a espaçonave de regresso à coroa do astro-rei.

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