Parecia que estava tudo pronto para que a Boeing fizesse uma nova tentativa de chegar com sucesso à Estação Espacial Internacional, mas, mais uma vez, a missão Orbital Flight Test-2 foi adiada para hoje, e depois acabou por ser cancelada. Este seria o segundo voo do foguetão Starliner depois de uma tentativa falhada em dezembro de 2019, e um passo crucial para provar que a Boeing pode fazer o transporte de equipamento e astronautas no contrato com  a NASA.

A empresa já está muito atrasada em relação à SpaceX de Elon Musk, que já fez missões comerciais bem sucedidas e que se prepara para levar uma nova equipa para a Estação Espacial em outubro, a bordo da Crew Dragon.

A Starliner deveria ter partido ontem, com lançamento marcado para as 1h20 locais, 18h20 em Portugal continental, e um problema descoberto numa válvula no sistema de propulsão do módulo de serviço acabou por determinar o adiamento para hoje, quarta feira.

A janela de lançamento seria pelas 12h57  na Florida, a bordo do Atlas V, mas as empresas decidiram suspender a missão.

Veja as imagens da Boeing Starliner

As tempestades elétricas próximas do Kennedy Space Center e problemas de software foram algumas das razões possíveis para os problemas identificados. Depois de uma primeira análise os engenheiros da Boeing e da NASA decidiram que era necessário mais tempo para completar a verificação, não definindo data para novas tentativas.

Se tudo corresse como previsto, a cápsula reutilizável seria recebida pelos astronautas da ISS, no módulo Harmony, onde iria ficar durante cinco dias. Depois deveria regressar à Terra, com uma descida de paraquedas em White Sands, no Novo México.

A cápsula deveria testar o sistema de acoplagem, assim como o sistema de sensores de encontro com a ISS, que apesar de poderem ser testados em terra firme, requerem o exame final no espaço, sendo uma das manobras mais delicadas da missão.

Falhas põem em causa Boeing no programa Commercial Crew

Em dezembro de 2019 a primeira tentativa da Boeing de chegar à Estação Espacial Internacional falhou. A missão não tripulada teve uma anomalia no sistema de contagem decrescente da cápsula, causando a tomada de uma rota incorreta e um consumo de combustível acima do previsto, o que impossibilitou o contacto com a ISS (Estação Espacial Internacional na sigla em inglês).

A cápsula poderia ter sido mesmo destruída devido aos erros de software. Depois da NASA ter analisado os testes, revelou que o incidente poderia ter assumido um desastre catastrófico, demonstrando preocupação pela falta de rigor dos processos de verificação da Boeing

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Ainda no ano passado a empresa tinha anunciado o regresso aos testes para dezembro de 2020, mas a data deslizou primeiro para março e depois para agosto de 2021.

Só depois de testes concluídos com sucesso é que a Boeing poderá avançar para uma missão de teste tripulada no final do ano e as cautelas são justificáveis pelos problemas que têm sido registados, com o objetivo de garantir a segurança máxima.

A NASA está a trabalhar desde 2010 com várias empresas para retomar os voos humanos para o espaço no Commercial Crew Program. O objetivo é assegurar o transporte de astronautas para a Estação Espacial Internacional e para outros destinos de baixa órbita.

A Boeing e a SpaceX foram selecionados pela NASA em setembro de 2o14 e estão a trabalhar com os engenheiros da agência espacial americana, mas a empresa de Elon Musk vai mais adiantada e no ano passado conseguiu completar com sucesso a primeira missão tripulada da Crew Dragon.

Veja as imagens da mais recente missão da Crew Dragon, a Crew-2
 

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