Um relato publicado no The Washington Post dá conta da atividade em segundo plano que um iPhone poderá ter, sem que os utilizadores deem conta. É referido que durante a noite existem diversas aplicações a transmitir dados, e que a Apple não está a fazer o suficiente para evitar o acesso. São empresas de marketing, de investigação e outras interessadas nas informações dos utilizadores, que durante as horas sem atividade nos smartphones acedem aos dados.

O jornalista decidiu investigar a atividade do seu iPhone e descobriu que “às 23:43 uma empresa chamada Amplitude teve acesso ao meu número de telefone, email e localização exata. Às 3:58 da manhã outra empresa chamada Appboy teve acesso à impressão digital do meu telefone. E às 6:25 da manhã um tracker chamado Demdex recebeu uma forma de identificar o meu telefone e enviar a lista para outros trackers”. É um relato assustador para quem não deu autorização de acesso aos seus dados, referindo ainda que uma empresa chamada Yelp estava a receber, a cada cinco minutos, uma mensagem que incluía o seu endereço de IP.

O autor da investigação revelou que este tipo de dados era passado por aplicações conhecidas, facilmente encontradas nos smartphones de qualquer pessoa: Microsoft OneDrive, Nike, Spotify, Weather Channel da IBM e a The Washing Post, curiosamente a aplicação que suporta a própria publicação do artigo em questão.

Em uma semana, o autor refere ter encontrado cerca de 5.400 trackers, a maior parte em aplicações, gerando cerca de 1.5 gigabytes de dados durante um mês, que segundo o mesmo é metade do plano básico do serviço da AT&T.

Segundo é explicado, os trackers das Apps funcionam um pouco como os cookies nos websites. No entanto, nos smartphones há falta de transparência e é praticamente impossível os utilizadores conseguirem detetar a atividade. No caso do jornalista, o seu smartphone foi conectado a um software especial capaz de examinar a circulação dos dados chamado Privacy Pro, de uma empresa de segurança chamada Disconnect, que os utilizadores mais curiosos podem experimentar para verificarem os trackers. No Android, a circulação de trackers é semelhante, mas neste caso a aplicação não é autorizada por interferir com o negócio das publicidades.

Segundo os especialistas, os trackers são ativados de noite por certos produtores de aplicações pensarem que estes não irão interferir com outras funções. Mas a circulação de dados só acontece se tiver ativada a funcionalidade “background app refresh”, que no caso da Apple está ativa por defeito. É aqui que acontece o abuso de algumas empresas, cujas aplicações fazem circular os dados a terceiros, sem os utilizadores saberem.

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