A Meta vai descontinuar a aplicação de gaming do Facebook. A app só vai estar disponível até 28 de outubro e a empresa já começou a informar os utilizadores da decisão. Numa notificação na própria aplicação, que está a ser partilhada por vários sites, a Meta explica que ambas as versões do Facebook Gaming, para iOS e Android, deixam de funcionar na data referida.

Esta aplicação dedicada especificamente ao gaming para mobile tinha sido lançada em 2020 e foi a resposta da rede social a serviços como a Twitch ou o YouTube, que se destacam na área dos conteúdos de gaming. Também no Facebook Gaming os conteúdos eram o foco principal, já que a aplicação foi criada como um espaço próprio para divulgar conteúdos criados por streamers e promover a interação da comunidade, com um chat e outras funcionalidades sociais.

O fim da app, no entanto, não é o fim da aposta neste segmento para a rede social, já que continuará disponível um separador para Gaming na plataforma, a partir do qual será possível ter acesso facilitado a conteúdos e jogos. Os utilizadores podem ainda fazer download dos seus dados de pesquisa antes da app ser descontinuada, informou também a empresa.

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"Continuaremos a apoiar as nossas comunidades de gaming, programadores e criadores, na aplicação principal do Facebook, onde centenas de milhões de pessoas jogam, vêem vídeos de jogos e ligam-se em grupos de jogo todos os meses", garantiu um porta-voz da Meta em declarações ao Tech Crunch, onde também referia que a app de gaming permitiu às equipas internas explorar muito neste campo e passar alguma dessa aprendizam para a própria rede social.

A Meta não adiantou, ainda assim, razões para a decisão de descontinuar o Facebook Gaming. No início do ano tinham surgido notícias de que a app estava repleta de spam e conteúdos piratas dissimulados de streaming, como confirmou o Engadget a partir de dados da CrowdTangle. Quando o site publicou os resultados da análise ao conteúdo da aplicação, um porta-voz do Facebook assumiu que a empresa estava a trabalhar para melhorar a experiência dos utilizadores com o serviço e a eficácia das ferramentas que permitem identificar conteúdos não legítimos.

Por outro lado, quando em abril deste ano apresentou resultados, Mark Zuckerberg, já tinha avisado que a empresa ia adotar uma postura mais cautelosa com os seus investimentos, numa altura em que tem aplicado milhões e milhões de dólares na sua estratégia para o Metaverso.

A decisão de acabar com o Facebook Gaming e com outras aplicações, como o Facebook Watch para a Apple TV em junho, podem bem ser um sinal dessa reavaliação de prioridades.