Desde há muito tempo que a área da educação e formação está a ser transformada pelas tecnologias digitais. A chegada da internet trouxe uma possibilidade drasticamente aumentada de acesso à informação, assim como de pesquisa imediata em numerosas plataformas digitais, pagas ou gratuitas.

Juntou-se a capacidade de combinar uma abrangência e profundidade de temas sem precedentes, com a apresentação de conteúdos em vários formatos, como o vídeo e o áudio, permitindo o acesso ao conhecimento fora da sala de aula numa diversidade de formas que se adequam às capacidades, preferências e disponibilidade de cada utilizador.

Esta mudança tão radical dos hábitos de aprendizagem fora da sala de aula, já vinha a obrigar o sistema de ensino formal a acompanhar algumas das novas tendências, inovando ao nível dos canais, formatos e conteúdos.

“Em 2019, 8% das pessoas entre os 16 a 74 anos na UE referiram ter feito um curso online nos últimos três meses anteriores à pesquisa. Em Portugal o valor situava-se nos 6%”, Eurostat, Individuals - internet activities

A tecnologia está a permitir não só a transformação do ensino tradicional, como traz novos cursos e formações específicas, disponibilizados online por instituições e empresas, lecionados por profissionais, liberalizando o desenvolvimento de competências, a um menor custo e sem limitações geográficas.

Alunos e professores mais tecnológicos

O impacto do novo coronavírus e das medidas de contenção e distanciamento social impostas no setor da educação e formação é enorme. Estima-se que na primeira vaga da pandemia mais de 1,7 mil milhões de estudantes em todo o mundo - ou cerca de 90% do número total -, tenham ficado impedidos de frequentar instituições de ensino, desde a creche à universidade.

Durante esse período, as tecnologias digitais foram o substituto de algo até então considerado insubstituível: a educação presencial. Com as escolas encerradas, o computador e o smartphone substituíram a sala de aula e “transferiram” professores e formadores para uma das divisões de casa, numa adaptação nem sempre fácil, para todas as partes envolvidas.

A utilização de plataformas de videoconferência cresceu exponencialmente, ajudadas pelo facto de muitas tecnológicas terem disponibilizado acesso gratuito aos seus produtos e serviços. Tudo isto resultou numa experimentação global das tecnologias da educação a uma escala sem precedentes.

O atual contexto acabou por acelerar uma tendência positiva a que já se assistia nos últimos anos de recurso ao eLearning. Especificamente na área empresarial, onde se tem vindo a adotar uma cultura de aprendizagem como fator de competitividade face à concorrência, a formação à distância assente no digital está a emergir como uma subárea de alto crescimento no mercado.

As vantagens que impulsionam a adoção do eLearning na área académica e na corporativa incluem versatilidade e flexibilidade, pois o padrão de aprendizagem pode ser personalizado para atender a todas as necessidades de aprendizagem.

“O mercado global de eLearning estava avaliado em cerca de 101 mil milhões de dólares em 2019, valor que deverá chegar aos 375 mil milhões de dólares em 2026”, Global Market Insights

Os benefícios estendem-se à possibilidade de recurso a ferramentas multimédia, que permitem uma melhor retenção de conhecimento, ao maior grau de cobertura de todos os assuntos, assim como de acesso aos conteúdos sempre que se pretenda, por um número ilimitado de vezes. O conjunto de vantagens inclui ainda a redução de custos, ao eliminar a necessidade de investimento em infraestrutura, viagens e outras despesas relacionadas, assim como por possibilitar o acesso gratuito a fontes alternativas de informação através de fóruns, tutoriais ou bibliotecas online.

Novas tendências reforçam a educação

A par do eLearning, há outras tendências tecnológicas a marcarem o setor do ensino e formação. Tal como noutras áreas, a Inteligência Artificial poderá ser um recurso aplicável, ao nível da personalização e eficácia do ensino, por exemplo, ajustando o grau de dificuldade dos exercícios à evolução do aluno, ou apresentando dicas que respondem às principais dificuldades observadas ou ainda recorrendo a chat bots para esclarecimento de dúvidas.

A Internet das Coisas (IoT) vai instalar-se e, à medida que isso acontecer, mais estudantes e profissionais irão interagir com dispositivos conectados que permitem, por exemplo, otimizar a utilização dos espaços escolares, reduzir consumos de energia, aumentar a segurança e até digitalizar processos tão enraizados como a marcação de presença. Os dados gerados levarão a um big data cuja análise será crucial para a personalização da aprendizagem, assim como para determinar as ferramentas mais eficazes ou possíveis mudanças necessárias.

O ensino também poderá beneficiar das tecnologias de realidade aumentada/virtual, que ajudarão a criar novas experiências de conteúdos únicas, interativas e imersivas, capazes de envolver ainda mais os formandos e melhorar a aprendizagem.

Uma outra tendência incontornável é a oferta de soluções em mobilidade por parte das instituições de ensino e formação, que deverá acentuar-se assim que a tecnologia 5G e as possibilidades que lhe estão associadas forem uma realidade. Há ainda o surgimento das aplicações móveis, que muitas vezes permitem aprender de forma simples e ao ritmo de cada um, muitas vezes recorrendo a estratégias de gamificação.

Por fim, e sendo certo que a sala de aula será sempre o lugar por excelência para juntar alunos e professores, a verdade é que no “novo normal”, nada mais será como nas décadas passadas. As salas de aulas deverão estar preparadas para funcionar como espaços híbridos em que o ensino presencial decorre em simultâneo com alunos em ensino online, sempre que surja essa necessidade. Para que tal decorra de forma eficiente e garantindo uma experiência de aprendizagem positiva para todos, equipamentos como quadros interativos, câmaras de vídeo, equipamentos portáteis e plataformas educativas terão que funcionar de forma orquestrada.

Há tecnologia, mas continuam a faltar competências

Apesar das tendências muito promissoras de digitalização, o setor da educação enfrenta um desafio maior: a mudança estrutural das competências necessárias ao funcionamento do tecido económico. Portugal padece de um gap em relação à Europa neste capítulo. Apenas cerca de metade da população portuguesa possui competências digitais básicas, mas 27% não possui quaisquer competências, um valor muito mais alto do que a média da UE, situada nos 17%.

De acordo com o mais recente Education and Trainig Monitor, da Comissão Europeia, o nível educacional superior dos portugueses cresceu em 2018, mas continua a existir uma significativa proporção de adultos pouco qualificados, enquanto a participação na aprendizagem de adultos permanece baixa.

Digitalização em curso com arestas por limar

O boom da era da informação e da tecnologia mudou completamente o cenário da educação, dentro e fora das escolas. Trouxe alterações para os professores, ao nível do ensino, mudou a forma de aprender para os alunos e até a comunicação com os pais.

Os avanços tecnológicos permitem ampliar a relação ensino-aprendizagem, recorrendo a ferramentas que diminuem barreiras físicas e temporais, indo além da sala de aula convencional, uma vantagem que se revestiu da maior importância no atual contexto de pandemia.

Em Portugal está a ser feito um grande esforço para poder dotar os alunos, de todos os níveis de ensino, de equipamentos que lhes permitam terem aulas à distância com as condições necessárias e de forma a garantir que o ensino é inclusivo.

É um facto que a digitalização do setor da educação em Portugal está em curso, mas ainda há um longo caminho a percorrer.

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